terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Cap. 12

Decidiu voltar pra casa dos amigos de Ben, o sol já havia esquentado bastante Elpah e ela não queria fritar debaixo dele.
Chegou em frente à casa e entrou, porém, quando estava entrando no quarto em que havia dormido, deu de cara com uma garota, que se assustou e saiu correndo.
Pelo que Joe pôde ver da criança, deveria ter uns dez anos, tinha o cabelo alaranjado preso em uma Maria-chiquinha curta, e usava também um vestido marrom e simples. Seus olhos eram verdes, iguais os de Ben. Ela saiu correndo levando uma bolsa.
Joe ficou parada por cinco segundos antes de entender o que havia acontecido. Então, com um estalo, ela voltou a si e saiu correndo atrás da garota.
- Ei, ei, ei! Minha bolsa! Volta aqui, sua pequena morcega! – Gritou.
A criança era bem rápida, parecia ter experiência nisso. Joe estava se xingando por dentro, poderia ter pegado a Franja, mas, no choque, nem pensou nisso. De qualquer forma, Joane estava alcançando a menina.
A menina havia feito uma curva brusca em uma estaca de madeira presa no chão, Joe fez o mesmo. A essa altura toda a rua tinha parado pra presenciar a perseguição e já tinha gente fazendo apostas. A maioria da rua apostava no “moleque magricelo” com o braço enfaixado, mas parecia que a garotinha de cabelos alaranjados estava levando a melhor, por conta do tamanho e do braço enfaixado de Joe.
A bagunça na rua estava geral, os homens da taberna gritavam palavras de incentivo pra quem apostavam, as mulheres davam gritinhos ensurdecedores e as crianças aplaudiam a cada queda e curva que uma das duas dava.
Ben, que estivera nesse tempo todo se embebedando na taberna, saiu para ver o que acontecia. Seus olhos se arregalaram ao ver a cena.
A garota ruiva estivera olhando pra trás enquanto corria, pra ver se Joe estava alcançando ela, e bateu diretamente com Ben, caindo no chão.
- Ben! – Assim que a ruiva viu quem era, levantou e correu pra trás do garoto, se protegendo. Quando Joe se aproximou, esbaforida, a ruiva mostrou a língua.
- Eu quero a minha bolsa agora. A não ser que você queira que eu leve a sua mão junto, sua morcega. – Joe fuzilou a garota com o olhar. A ruiva tremeu.
- O Ben não vai deixar você me machucar! – Ela deu um pequeno empurrão em Ben.
O rapaz, que estivera olhando tudo com um meio-sorriso, se ajoelhou, até ficar da altura da criança, e estendeu a mão.
- Mel, a bolsa, por favor. – Ele falou no tom mais gentil que conseguiu.
- Você tá do lado dela, é? Passa anos fora e depois volta com uma assassina de encosto? – A garota, Mel, entregou a bolsa pra Ben, emburrada. Ben devolveu pra Joe, também emburrada.
As duas estavam se encarando. Ben não se surpreenderia se raios saíssem dos olhos delas.
A multidão, que estivera aguardando ansiosamente o fim da disputa, foi se dispersando desapontada. Logo as ruas já estavam normais de novo. Ben levou as duas garotas pra casa em que estavam.

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