terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Capítulo 5

E antes que o rapaz conseguisse entender o que havia acontecido, Joane jogou ele contra a parede da casa abandonada e colocou a própria espada de forma ameaçadora no pescoço dele.
- Bom, se o senhor quer lutar injustamente... - O rapaz, já irritado, puxou uma pistola e apontou para o pescoço de Joane.
Joane deixou a espada cair, simbolizando desistência. Era isso ou levar um tiro, e ela não estava disposta a morrer.
- Ora, ora... Parece que eu perdi. - Joane ajeitou o seu chapéu, que deixou de deixar a mostra somente a boca e passou a mostrar seu rosto. O rapaz soltou Joane e deu alguns passos para trás, perplexo.
- Uma moça! Senhorita, mil perdões! É claro que eu não posso levar o seu cavalo! Peço desculpas. – Cavalheirismo era muito frisado naquela época e só os bandidos mais nojentos não eram cavalheiros.
- Tivemos um duelo e o senhor ganhou. Deve levar sim meu cavalo. Insisto para que monte nele. - Joane deu um leve empurrão no rapaz, em direção ao cavalo.
Vendo que não tinha escolha, ele se aproximou de Franja e montou na égua. Se vocês se lembram, Franja, como uma boa égua selvagem, só permitia que uma pessoa montasse nela, e essa pessoa decididamente não era o rapaz que venceu sua dona. O homem ficou dois segundos na égua, antes da mesma derrubar ele em um monte de areia.
Rindo, Joane foi ao encontro do rapaz e estendeu a mão, para ajuda-lo a levantar.
- Peço desculpas, mas não iria entregar minha égua de mãos beijadas pra um bandido. - Joane deu uma risada. - Qual o seu nome, forasteiro?
- Ben. Meu nome é Ben. E o da senhorita? – Ele se levantou. Como perdera para uma mulher?
- Joane. Vou te arranjar um cavalo. Tem uma vila aqui perto. Volto logo.
- Só um momento, moça! - Ben segurou o braço de Joane. - Se vai ser meu cavalo, acho que eu devo rouba-lo.
Joane sentou no chão com as pernas cruzadas e uma expressão emburrada. Quem ele pensava que era? Ela podia muito bem roubar um cavalo!
Antes que ela percebesse, Ben já havia sumido. Dez minutos mais tarde o rapaz havia voltado com um belo cavalo preto e uma expressão de superioridade a tiracolo.
- Pronto, já tem seu cavalo. – Joane, ainda ofendida, montou em Franja. - Tchau.
- Você mora aqui, senhorita? – Ben apontou para o barracão abandonado.
- É claro que não. Só estou de passagem, pretendo seguir meu rumo hoje mesmo.
- Pra onde vai?
- Pra longe. E você está me atrasando. – Joane revirou os olhos. Era verdade, já que para chegar em Elpah precisaria ao menos tomar um trem.

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